A Roda Gigante

Fotografias e montagem minhas (e do J.), com tudo o que isso implica

A Roda Gigante de que eu me lembrava era maior. Era a parte menos divertida, a obrigatória, aquela em que nas primeiras vezes a avó e o avô também andavam. Dava para comer algodão doce ao mesmo tempo, não era como o Twister e os outros todos a cair de podre. A Feira Popular era então um buraco de cor à noite e, de manhã, uma cidade fantasma, de carrinhos-choque em manutenção, lojas de bóias e camping gás, gente viciada que à noite vivia o barulho das luzes em modo automático, a mandar esperar à porta da Casa do Terror, a mandar entrar na horrorosa sala dos espelhos, a espiar as moedas engolidas pela cara de pedra que nos comia depois as mãos para as fingir ler.

Agora que já não há nada disso em Lisboa, a roda gigante estacionada no cais fluvial de Belém sabe a muito e a pouco ao mesmo tempo. Em três voltas dá pelo menos para assistir à fantástica luta do vento contra a estrutura de ferro, muito melhor do que qualquer acrobacia no poço da morte, e à violência da chuva que ameaça cair contra o pôr-do-sol que demora a pisar o horizonte.

Pelo menos, claro.

Até 4 de Maio. Viagens gratuitas.

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