Pequeno apontamento sobre a vida, no geral: Dizem que quando começam a morrer aqueles que para nós são os mais velhos, começamos a crescer, a ser os adultos da nossa própria vida. Se esta experiência é dolorosa (e lembro tantas vezes os lugares, os exemplos e as lições do único adulto da minha vida que senti e vi morrer), há outro lado nesta lei da vida e da morte que é simplesmente emudecedor. Este fim-de-semana nasceu a Inês, a minha primeira sobrinha. Passar a estar assim, desta forma tão simples e tão feliz, no lugar dos mais velhos da vida de uma menina tão pequenina é um dos sentimentos mais fortes e mais completos que já senti.

Não deixa de dar alguns arrepios pensar que já por aí andam os que vêm depois de nós. Ainda que por enquanto não passem do tamanho das nossas duas mãos.

Cresce sem pressa, Inês :)

Pensem duas vezes! No apontamento de hoje apresento-vos o caso de Thomas Batie, uma senhora que não se sentia bem com o que natureza lhe presenteou e decidiu mudar de sexo e ser um feliz e realizado senhor. Feitos todos os devidos tratamentos para tal, conheceu a jovem Nancy e decidiram-se casar-se já lá vão dez aninhos. Como qualquer casal normal, os dois pombinhos queriam e tentaram durante algum tempo ter um pequeno bebé de forma a aumentar a felicidade de tal união. Acontece que a esposa teve algo a que se chama endometriose e não podia ter filhos... O que é que Thomas pensou? "Bem eu sou um homem, mas como tenho órgãos reprodutores femininos vou ser a mãe (??) da criança"


E não é que deu certo? Depois de muitas recusas de várias médicos, o casal conseguiu mesmo aceder a um banco de esperma e... voilá:



Deixando a análise deste caso para a consciência de cada um, pergunto-me apenas como é que este casal vai explicar um dia à filhota (sim é uma menina) que foi o papá, que afinal não é um homem, mas sim uma mulher, que lhe deu à luz porque a mamã não podia engravidar...

Esta manhã, entre Lisboa e Nisa.

Vendedoras de espargos. Vendedoras de morangos. Laranjeiras carregadas de laranjas. A primeira borboleta do ano. Cegonhas. Campos de tremoceiros em flor. Vacas. Azedas. Molhos e molhos de espargos. Mais borboletas. Camiões. Uma menina descalça à hora de almoço, em Ponte de Sor. Muitas cegonhas seguidas. Uma águia. Helicópteros da Protecção Civil a beber água na barragem. Senhoras de preto à porta da igreja de Arez. Sol.

Bom fim-de-semana.

O Elogio ao descanso

Este fim-de-semana não haverá apontamentos, telemóveis, computadores ou internet. Seremos apenas nós dois. E ambos sabemos o quanto isso significa!

Um bem-haja a todos, e bom descanso!

Permitam-me só dizer mais isto:

Às 19h30, o circo continua. A professora vai apresentar uma queixa judicial contra a aluna molestadora. Para não voltar a escrever mais sobre este assunto, aqui ficam as previsões para as próximas horas.

20h00: A aluna molestadora vai barricar-se no quarto porque os pais não a deixam levar o telemóvel para a escola nova.
20h30: Os professores da escola nova vão começar a trocar sms (ups, ainda bem que estamos nas férias da Páscoa) para uma manif em massa amanhã às 15h no Terreiro do Paço.
21h30: A professora violentada vai acabar de escrever o best-seller do ano - Um romance histórico sobre como transformar uma atitude triste no assunto mais importante do país em pouco mais de uma semana.
23h30: Os dois alunos de 16 anos que se riram com a brutal cena de espancamento na sala de aula, e que também estão a ser acusados em tribunal, vão fazer a derradeira espera à professora da escola Carolina Michaelis.

E depois talvez acabe. Ou não.



Sobre este episódio na escola Carolina Michaelis, no Porto, gostava só de fazer um pequeno apontamento:

Num país normal, um conjunto =

{professor-vitimizado; top-videos-do-YouTube; vaga-Jornalismo-Faça-Você-Mesmo; Mais-um-motivo-para-pedir-contas-a-alguém }

não seria notícia há mais de uma semana. Nesse mesmo país, a aluna que se prestasse a esta cena seria expulsa/suspensa, com uma nota na caderneta no dia do acontecimento. Apanhava um castigo mais ou menos pedagógico, do par de estalos à proibição de ir sair à noite até ao final do ano, e até vou mais longe (a jeito de dica), para a Foz ou para zona Industrial. Num país normal a notícia de que a DREN acabou de confirmar a transferência da rapariga não era manchete na maioria dos jornais online, nem era tão pouco notícia. Num país normal, como também já ouvi, não havia professores a permitir telemóveis com mp3 e ipods nas aulas para mostrar que estão ao nível tecnológico dos alunos. Num país normal não se confundia um exemplo de falta de educação, mimo a mais, cena motivada pela indisciplina colectiva de uma turma, pela possível falta de pulso da professora (que não se avalia nem vem escrita nos manuais) com um sinal do Fim do Mundo depois da emergência do Terrível Bullying. Num país normal...

Numa abordagem sistémica, um determinado corpo ou organismo, de forma a encontrar o caminho para o sucesso, deverá fazer uma análise correcta de si e da sua envolvente, identificando as ameaças e oportunidades que daí poderão advir. É desta análise, que, obviamente, não é tão simplista e linear como aqui se apresenta, que surge o seu potencial e cimenta a sua sustentabilidade e, mais tarde, credibilidade. No entanto, quando se avalia estas questões e se traça um determinado caminho é imperativo, julgo eu, que não se mude o discurso e, sobretudo, as bases com quais determinadas decisões se tomam.

Ora, o anúncio de ontem da redução do défice e consequentemente da redução do IVA é tudo menos coerente e, para os mais atentos, põe em causa a credibilidade do governo na pessoa de José Sócrates. Um primeiro-ministro que há duas semanas afirma que não vai reduzir os impostos a bem da saúde das nossas finanças não pode, sobre o risco de criar sérias dissonâncias, aparecer depois numa conferência de imprensa a anunciar que o défice é baixo e que consequentemente vai baixar o IVA... A pergunta que se coloca é: a nossa economia mudou assim tanto em duas semanas? Ou estamos perante um cenário de aproveitamento político e cultivo de popularidade de um governo que já passou por melhores dias?

Obviamente, percebe-se o objectivo de aumentar o consumo e a confiança dos portugueses, mas em causa está o que foi referido em cima, o delinear de uma estratégia (que aqui se baseia no esforço dos portugueses a prol da recuperação da nossa economia) que depois se abandona para ganhar mais uns votos nas eleições que vão acontecer daqui a mais de um ano! Porém, tenho algumas dúvidas se isto vai desacreditar o governo, ou se as pessoas irão ficar iludidas com esta descida do IVA… Se o segundo acontecer trata-se de mais uma jogada brilhante de Sócrates

Por falar em descrédito, e também seguindo uma perspectiva sistemática alancada na máxima de ameaças/oportunidades, o desafio de ontem da Selecção Portuguesa (sim, de futebol!) contra a Grécia era, a 2 meses de um Europeu, de um risco enorme. E passo a explicar porquê. Todos conhecem a nossa recente história com os gregos. Ora, defrontá-los a dois meses da prova onde estes nos passaram a perna por duas vezes seria óptimo se tivéssemos vencido e assim vingada a honra nacional (seja lá isto o que for) e embalarmos como um dos favoritos para a conquista do título. Pois bem, perdemos e jogamos mal à brava. Assumiram-se riscos, o resultado foi o que se viu. E o que é que origina? Um descrédito na selecção e na confiança que os portugueses, pelo menos eu, colocam nela. Está em causa a "euforia" que normalmente se instala à volta da selecção e a resignação com o facto de não sermos dos melhores da Europa. A culpa está quem marcou este jogo e em quem o afirmou que era para vencer… Vir depois dizer que é o resultado normal é tudo menos coerente…

Poderei estar a exagerar é certo, mas quando três dias antes há uma manchete num jornal com o Cristiano Ronaldo a dizer que podemos ser campeões europeus e depois voltamos a perder, pela terceira vez consecutiva, com os gregos algo não está bem...


p.s -mas pronto venham de lá esses jogos, os caracóis e a sangria :)

Queres escrever no meu blogue? Está bem. Bom, não foi bem ‘está bem’. No fundo o que eu queria era que isto de escrever no blogue tivesse alguma vantagem prática/económica. Espero sinceramente que venha a ter qualidade suficiente para termos uma fila de anunciantes ou, quem sabe, sermos um dia um Blogue Convidado do Público. Mas antes de eu ser este eu (ideia a desenvolver) tive um blogue durante uns dois ou três anos. Não havia muitos na altura. O meu estava confortavelmente instalado numa “coisa” chamada City-blog. Escrevia quase todos os dias. Havia pessoas que me liam quase todos os dias. Não tenho uma memória muito boa mas imagino, e pelo menos é assim que costumo contar a história, que um dia deixei de escrever e o blogue morreu. Não sei como é agora quando os blogues morrem mas o meu foi, digamos, pilhado por uma espécie virtual de ladrões de sepulturas. Apagaram-no. Não ficou absolutamente nada. Bom, se o “googlar”, ainda aparece como memória vaga nos sites “bloco-notas” e “apdeites”, que acredito que hoje não passem de vestígios duvidosos do passado recente da Internet. Isto para dizer que espero não me meter mais numa aventura dessas de ter um blogue durante uns anos e depois ele desaparecer de um dia para o outro. Mas é um espero, não é um prometo.


Sobre o dia de hoje, mais alguém foi afectado pela “falha técnica” das 8h30 na linha azul do metro? Pois saibam que apanhei o meu Primeiro Táxi por Motivos Profissionais e Auto-sugestão. Cá está o meu primeiro pequeno apontamento.

O apontamento de hoje realça os grandes artistas desconhecidos que quando resolvem sair da toca, tornam-se grandes estrelas internacionais. Este é um momento extraordinário de uma cantora que apresenta um poder vocal impressionante e uma interpretação que de certo irá deixar muitos com uma lágrima no canto do olho...



.... de tanto rir ;)

O apontamento de hoje serve para marcar o início deste blog... Porque é que o criei? Pah... não façam perguntas difíceis que hoje acordei as 4 e meia da manhã...


 

Layout por GeckoandFly | Download por Bola Oito e Anderssauro.