A crueldade das portagens

Toca a casar, arranjar namorada, ou fazer mais amigos. A partir de hoje quem gostar de andar sozinho, afastado de grandes agitações sociais, sentirá o peso na carteira. Passo a explicar: saiu hoje um decreto-lei que revela que quem chegar a Lisboa sozinho, de carro, pagará mais portagens. O objectivo é, dizem, melhorar a qualidade do ar. Agora pergunto eu: então e as as consequências psicológicas e emocionais de tão cruel lei? Eis o que acontecerá a partir de hoje:

Condutor: Boa tarde

Senhora trombuda descontraidamente sentada na casinha: Boa tarde, Então veio sozinho?

Condutor: Sim venho.

Senhora trombuda descontraidamente sentada na casinha: “Sabe que vai pagar mais por isso, não sabe? ”

Condutor: Sei sim senhora

Senhor trombuda descontraidamente sentada na casinha verde: “Então e diga-me lá, não tem uma namorada, ou um amigo ou alguém da família para trazer consigo? Não quer dar meia-volta e ir buscar alguém?”

Condutor: Não, a minha namorada deixou-me levando todo o meu dinheiro. Sem dinheiro foram se os amigos. Quanto a família tenho 60 anos, sou filho único de pais que eram filhos únicos… (começa a chorar compulsivamente)

Senhora já mais contente descontraidamente sentada na casinha verde: “Vá deixe lá… isso acontece-me todos os dias. Também é só mais 20% não é uma fortuna. Olhe e se me permite a sugestão, sou licenciada em psicologia mas acabei por vir para aqui trabalhar. O que acha de marcarmos uma consultitas semanais ?

1 comentários:

  1. Anónimo disse...

    Vinha a ouvir a noticia no rádio, e precisamente a pensar numa situação dessas... Já nem podemos andar sozinhos... Qualquer dia obrigam-nos todos a trabalha rno mesmo local, para passarmos a ter companhia e partilhar o dito cujo transporte!

    cumps,
    lfspaulo (Há cenas lixadas!)  


 

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