Mas qual cabala?

O mal de que falava ontem não é cabala mas uma dificuldade em separar dois campos que, descansem os que se atiçam a estes temas, naturalmente por proximidade, a mim enquanto católica me custa a engolir. O Cardeal Patriarca alertou jovens a quem interesse a vivência religiosa para a falta de garantias palpáveis que ainda existe no pós-diálogo ecuménico.
Não foi certamente a primeira vez que o fez em público nem foi certamente a primeira vez que aconselhou casais mistos, em público e privado, para o casamento - porque estas coisas acontecem há largos anos em Portugal fora das notícias. Alertou contudo para realidades fora do país para as quais, segundo situações que conhece, ainda são conduzidas "cônjuges" não informadas.
Claro que podia ter ligado a Abdool Magid Vakil e por telefone, longe dos gravadores dos jornalistas, ter dito "atenção que sei de portuguesas a viver casos dramáticos de violação da liberdade individual perpetuados pelo Islão". Ou então podia ter esperado por uma homília na Sé.
Não o fez por ingenuidade mas porque, felizmente, somos livres de recusar o políticamente correcto - aqui monstrificado por medo talvez de umas bombas. O mesmo politicamente correcto assinado por baixo por uma Amnistia Internacional que, com estes estatutos - "Promover investigação e acção destinadas à prevenção e combate dos graves abusos à integridade física e mental, à liberdade de consciência e de expressão, sobre o direito à não discriminação" - encontra como pólo de defesa neste caso apenas o último ponto.
Com efeito, se a única coisa que se tiver sabido retirar (e ajudar a retirar) daquela frase tiver sido um apelo à discriminação social podemos todos regozijar-nos com o estado vendado do nosso país.
Adenda sobre o alcance da matéria: Os media internacionais traduziram o que se escreveu por cá. Valem o mesmo que os blogues e outras vozes on-line que ainda não se percebeu muito bem como é que devem entrar nas estatísticas.

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