Apesar das Previsões...

Estava convencida de que o Verão tinha chegado mais cedo. Já era o final da tarde quando peguei na toalha e saí para o meu primeiro dia de praia. Em Santo Amaro, bom, algumas pessoas, não diria muita gente, mas algumas pessoas com os seus respectivos filhos, vestidos, grupos de amigos onde se arriscava uma ou outra ida à água e senhoras de alguma idade a tricotar, impecavelmente instaladas na areia. Eu ia tão convencida que, às 18h - já o sol era uma coisa intermitente no céu acinzentado - fui capaz de estender a toalha e deitar-me debaixo de uns raios mornos, a ver o que acontecia. Abri o livro que ando a ler e deixei-me estar enquanto algumas pessoas, assustadas com o escurecer do tempo, se iam indo. E li ainda um capítulo. Ao ritmo do barulho do mar e do choro de uma menina que por lá andava, a estranhar a areia, a água e a liberdade de ter o horizonte aberto à frente, num longe que é difícil de medir. E chorei um bocado, porque no final do capítulo há uma menina assim que morre. Numa tragédia sem dramas e sem palavras, daquelas que mesmo quando são inventadas nos dão um murro na garganta e outro no coração. Pouco depois (algum tempo, acho) começou a chover. A chuviscar. E foi uma correria a ver quem voltava mais depressa para o "mês de Abril". Cada coisa tem o seu tempo.

Nota: O trânsito à saída da praia era como se fosse Agosto.

PS: Sobre uma certa noite, já dizia o Platão (quiçá um dos sete sábios gregos :P)

"Não há nada bom nem mau a não ser estas duas coisas: a sabedoria que é um bem e a ignorância que é um mal".

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