E alternativas?

Foi ontem anunciado o entendimento entre o Ministério da Educação e os sindicatos dos professores em relação à avaliação do pessoal docente. Depois de mais de 7 horas de conversações ambas as partes chegaram a um ponto comum de satisfação.

Eu pessoalmente sou a favor da avaliação dos professores. Se todos nós temos de ser avaliados pelo que fazemos, não é justo nem democrático que os professores não sejam. Até porque acho que pode promover o comodismo. No entanto, percebo e concordo que questão foi tratada de uma forma impositiva e nada dialogante. Aliás, julgo que este é o grande problema do governo de Sócrates, a comunicação e o diálogo. Excepção feita ao primeiro-ministro, todas as outras pastas demonstram uma comunicação ineficaz e pouco estratégica. Pensemos no que aconteceu nas Obras Públicas, com o Aeroporto, na Saúde, com o fecho das maternidades, nas Finanças com o IVA e agora nesta questão da educação.

Mas pior que o Governo está os outros partidos, que anda completamente desnorteada e sem a mínima noção de como fazer oposição. Daí o título do post. Não há alternativas ao PS neste momento. Senão, vejamos as reacções dos partidos de oposição à divulgação deste entendimento. Anteriormente, acusaram o governo de ser arrogante quase ditador por não ouvir os professores numa questão tão delicada como a avaliação. Sim senhor, tinham toda razão. O que não podem é, depois do governo recuar, vir com o discurso de "recuo para ganhar mais uns votos nas próximas eleições". Não faz sentido, não é coerente e, diria, não é politicamente inteligente. Quando se pede a um governo que recue em determinada decisão, não se pode criticar depois este o faz. Julgo que a postura de uma oposição séria e determinada seria reconhecer o recuo sublinhando que foi a oposição dos partidos partidos de oposição e dos populares que levaram a este desenlace. Ficariam a ganhar em duas frentes: estariam ligados a um desenlace feliz para os professores, que ficaram com o sentimento de vitória, e sublinhariam o facto de que a oposição é necessário ao país. Estaria lançada a semente para, no futuro, por em causa a maioria socialista.

Analisemos o discurso de Menezes: "“O Governo recua na Ota, recua agora nos professores, recua em tudo aquilo que do ponto de vista político-eleitoral não sirva os interesses do Partido Socialista”.

Agora pergunto eu: não fez bem em recuar na Ota e escolher a hipótese mais viável em termos geográficos e económicos? Não fez bem em finalmente dialogar com os professores?

Sócrates continua a sair por cima. E a continuar assim vai obter uma vitória história: a da segunda vitória consecutiva por maioria absoluta. O meu voto, pelo menos, têm-no.

1 comentários:

  1. Marco Rodrigues disse...

    Um texto politicamente correcto. Tens uma visão da políica nacional muito mais desenvolvida do que a maioria dos portugueses. Sim aqueles que só sabem estar do lado da oposição sem colocar em questão se estão correctos ou não.

    Parabéns.

    Marco Rodrigues, Cumprimentos.  


 

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